É impossível lutar pelos nossos sonhos sem enfrentar, nos caminhos da vida, os destruidores de sonhos. Há muitas pessoas que nos espreitam, nos encurralam e nos atacam, tentando destruir os nossos sonhos. Essas pessoas não respeitam os nossos sentimentos, não se alegram com as nossas vitórias, antes celebram com prazer doentio os nossos fracassos. Esse fato pode ser visto na vida de Ana. Ana tinha um sonho, o sonho de ser mãe. Ela era estéril. Seu sonho, embora fosse legítimo e justo, foi adiado pelo próprio Deus, que fechou a sua madre. Ana, porém, não desanimou e continuou na luta por seu sonho, derramando sua alma diante de Deus em oração. No caminho da realização de seu ideal, enfrentou três destruidores de sonhos.
O primeiro foi sua rival Penina. Esta tivera vários filhos enquanto Ana, embora amada pelo marido, não tinha nenhum. Penina tinha o ventre fértil, mas o coração estéril, um deserto onde só florecia o espinheiro do ódio e da inveja. As virtudes de Ana incomodavam Penina. A piedade de Ana desmascarava a impiedade de Penina. Ela preferiu perseguir Ana em vez de imitá-la. Penina transformou sua vida num projeto obcecado para destruir os sonhos de Ana. Por isso, sempre que Ana subia à Casa de Deus, Penina a atormentava, amargurando a sua alma, pelo que Ana chorava e não comia. Há muitas pessoas que são incapazes de chorar conosco, de sentir a nossa dor e de se identificar com o nosso sofrimento. Pelo contrário, elas agravam a nossa dor, arrancam lágrimas dos nossos olhos e atentam contra os nossos sonhos.
O segundo destruidor de sonho que Ana enfrentou foi o sacerdote Eli. Ana estava orando na Casa de Deus, derramando sua alma diante do Senhor e o sacerdote, que deveria estar junto dela, apoiando-a naquilo que fazia, abre a boca para julgá-la e para acusá-la impiedosamente. Eli acusou Ana de encontrar-se embriagada na Casa de Deus. Em vez de ser um pastor de almas, transformou-se em destruidor de sonhos. Muitas vezes somos mal compreendidos até mesmo dentro da Casa de Deus. Em vez de receber ajuda, recebemos julgamento. Em vez de encontrar apoio, encontramos condenação. Em vez de encontrar compreensão, encontramos juízo. Precisamos estar atentos e firmes em nossa convicção, para que pessoas não roubem os nossos sonhos ou não emitemos o exemplo do sacerdote.
O terceiro destruidor de sonho que Ana encarou foi o seu próprio marido. Elcana era um marido amoroso, amigo, companheiro e solidário, mas não acreditava que Deus pudesse fazer um milagre na vida da sua esposa. Ele tentou demover Ana do seu sonho. Ele encorajou Ana a desistir de ser mãe. Ele não confiava na ação sobrenatural de Deus. Ele não se uniu à mulher, clamando a Deus por uma manifestação de seu poder. Ao contrário, tentou esvaziar a alma de Ana de toda a esperança. Precisamos ter cuidado com os conselhos que recebemos ou damos. Muitas vezes, os assassinos de sonhos estão muito perto de nós ou talvez fazemos esse papel. Eles podem estar em nossa própria casa.
Ana manteve-se firme e não abriu mão do seu sonho. Não permitiu que as pessoas ao seu redor destruíssem o seu sonho. Ela perseverou em oração e creu fielmente na intervenção de Deus. Ele ouviu seu clamor. Deus curou as suas emoções e também a sua doença. Ana venceu, concebeu e deu à luz Samuel, o maior homem da sua geração, o profeta, o sacerdote e o juiz de Israel, o homem que foi instrumento de Deus para trazer a sua geração de volta ao Senhor. Não paremos de sonhar, mas entreguemos sempre nossos sonhos nas mãos do Senhor e Ele, na sua graça e misericórdia, nos guiará.
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