Tiago 4: 1-10
A questão, levantada por Tiago há mais de dois mil
anos, ainda é pertinente em nossa sociedade: "Donde vêm as guerras e contendas entre vós?". Por que
nossas crianças entram tão cedo no mundo do crime? Por que os maridos espancam
suas esposas? Por que os filhos causam mal os pais e estes maltratam os filhos?
Por que temos a tendência de ferir aqueles que dizemos amar?
No livro, “O Amor tem que ser firme”, James Dobson
registrou uma ilustração que demonstra claramente como estas questões afetam a
sociedade. Ele conta a história de um professor, da sexta série, que deu uma
atribuição à sua classe. Cada aluno foi convidado a completar a seguinte frase:
“Eu desejo...”. O professor esperava que as crianças expressassem desejos tais
como: bicicleta, cães, televisão, viagem e outros. Mas em vez disso, vinte das
trintas crianças fizeram referência, em suas respostas, algo que demonstra a
desintegração da família. Algumas das respostas: Gostaria de que meus pais não
brigassem; de que meu pai voltasse para casa; de que minha mãe não tivesse um
namorado; de ter um pai e uma mãe para que meus colegas não zombassem de mim;
de ter um rifle M-1 para atirar naqueles que zombam de mim.
Embora Tiago tivesse em mente os
conflitos na congregação, agressão e divisão (o que ainda hoje ocorre) suas
palavras aplicam-se igualmente à família, que pratica a violência e está
despedaçada. As mesmas paixões que levam a disputas na igreja estão presentes
na raiz dos conflitos em todos os segmentos da sociedade. Assunto do coração,
seja contra Deus, o cônjuge ou o
semelhante, Tiago nos ajuda a entender a questão.
É um problema lá no princípio,
quando nossos pais Adão e Eva pecaram, no Éden, e a Bíblia afirma que eles morreram. Tornaram-se
criaturas autossuficientes, separados da vida de Deus. Desde então, procuraram
encontrar vida dentro de si mesmos, satisfazer seus próprios desejos. O desejo
de ser alguém, de ter segurança, de ser amados, de fazer algo de valor. Em vez
de descansar e contentar-se com suas necessidades supridas por Deus, entraram
numa luta interior para encontrar vida onde não existe.
O homem é incapaz de suprir seus
desejos por si mesmo, e isso o leva à frustração e hostilidade. Tiago diz: “Cobiçais e nada tendes; logo matais.
Invejais, e não podeis alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes,
porque não pedis.” Frustrado por pessoas e circunstâncias, agride aqueles
que o rodeiam. Torna-se disposto a ferir e destruir para ter seus desejos
saciados. Todos estão competindo pelas mesmas coisas, assim fazem de tudo para
eliminar a concorrência.
Tiago nos mostra que, enquanto
olhamos para a realização da vida em qualquer outra fonte que não seja Deus, o
conflito nunca cessará. Nunca vamos contentar-nos com o que somos, temos, onde
estamos, e o que temos feito. Continuaremos frustrados e consequentemente
machucamos até mesmo aqueles que mais amamos.
O homem é tão egoísta que sua oração
em vez de ser uma rendição ao plano e propósito de Deus é meramente uma busca da
satisfação dos seus próprios desejos. Se Deus atendesse a maioria das nossas
orações fortaleceria, ainda mais, a nossa soberba e vaidade.
Como você completaria esta frase:
“porque para mim o viver é .....” A vida para você é definida como meta,
trabalho, posse, fama? É o cumprimento de todos os seus desejos ou é Jesus
Cristo. Viver e servir como Ele, depender dEle em tudo que necessita, ou você
ainda está lutando para atender às suas próprias vaidades, com luta, guerra,
esmagando a concorrência?
Tiago encerra o nosso texto dizendo:
“Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos
exaltará.” Quando aceitamos esta recomendação, admitimos que uma vida
satisfatória é impossível sem Deus. Então, Ele transforma nossos corações e
alinha a nossa vida, entendemos que a nossa luta não é contra pessoas, cessarão
os nossos conflitos e deixaremos de ferir aqueles que amamos. Concluiremos que
não seremos totalmente satisfeitos enquanto não vivermos exclusivamente para o
nosso Deus.
Rev. Liberato Pereira dos Santos