quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ESTADO LAICO

Estou publicando o artigo do Dr. Fernando Capez (Procurador da Justiça e Deputado Estadual - SP), pois achei muito interessante sua abordagem sobre o "Estado Laico". Leia e tire a suas conclusões.

ARTIGO: O ESTADO LAICO E A RETIRADA DE SÍMBOLOS RELIGIOSOS DE REPARTIÇÕES PÚBLICAS
Última modificação 02/09/2009 18:54
Fernando Capez
Recentemente, o Ministério Público Federal ingressou com uma ação civil pública, pleiteando que fossem retirados das repartições públicas do Estado de São Paulo, todos os símbolos religiosos, entre os quais o mais utilizado é a cruz, representação maior da fé cristã. A ação pede a concessão de liminar, denegada pela juíza da 3ª Vara Cível Federal, Dra. Maria Lúcia Lencastre Ursaia, para a remoção dentro do prazo máximo de 120 dias, sob pena de multa diária. Dentre os argumentos, encontra-se o de que pessoas que se dirigem aos prédios públicos poderão se sentir ofendidas pelos símbolos ou sinais religiosos. A argumentação básica é a de que o Brasil optou por um Estado laico.
Eis a questão: o Estado laico não tolera em suas repartições a expressão da fé em Deus, por meio de símbolos?
De acordo com o filósofo francês Michel Villey, há uma clara e indesejável tendência nos sistemas jurídicos contemporâneos de conferirem à laicidade um conteúdo de antagonismo à religião, deturpando-a em puro laicismo, no qual, a fé é desprezada e totalmente substituída pelo racionalismo profano (A formação do pensamento jurídico moderno, SP, Martins Fontes, 2005). Nega-se a ressurreição de Cristo, bem como seus milagres relatados por testemunhas no Evangelho porque tais fatos ofendem a razão mundana. Tudo o que não for possível demonstrar racionalmente, à luz da compreensão humana não é científico, não é laico, logo, se opõe ao Estado racional e moderno.
Trata-se de uma volta ao movimento iluminista do final do século XVIII, em que a soberba do antropocentrismo e o egoísmo individualista suplanta a crença em dogmas absolutos pré-constituídos.
Laico, no entanto, não quer dizer inimigo da religião.
Etimologicamente, laico ou leigo provém do termo grego laikós, que designa o que se refere ao povo (laós). O termo leigo (laikós) serve apenas para diferenciar as pessoas consagradas para uma missão especial, tais como os diáconos, presbíteros e bispos, daqueles que são apenas consagrados no batismo (Dom Fernando Antônio Figueiredo, Introdução à Patrística, RJ, Editora Vozes, 2009, p. 46). Laico não designa, portanto, algo não religioso, nem contrário à fé, mas apenas aqueles que não exercitam como vocação, o ministério religioso. Estado laico não é Estado sem fé, ateu ou que se antepõe a símbolos de convicções religiosas, mas tão somente Estado não confessional, sem religião oficial ou obrigatória.
Assim, ao contrário do que parece à primeira vista, a expressão laico não se opõe, nem repudia, mas antes, coexiste pacificamente com as religiões, sem molestá-las ou coibi-las. Aliás, a CF, em seu art. 19, I, prevê até mesmo a possibilidade de aliança entre Estado e Igreja sempre que, nos termos da lei, houver interesse público. Um Estado não confessional significa apenas não regrado por normas religiosas, sem implicar em nenhuma postura comissiva de hostilidade ao status quo.
A Constituição Federal de 1988 consagrou o Estado Democrático de Direito, calcado na busca da igualdade formal e material, tem como seu objetivo promover o bem de todos, sem preconceitos de qualquer natureza, e se alicerça na dignidade da pessoa humana. Busca a tolerância mútua e a coexistência pacífica.
Cabe ao Estado e à sociedade em geral não encorajar manifestações de intolerância daqueles que se sintam ofendidos pela livre expressão da fé alheia. A retirada de símbolos já instalados, mesmo que em repartições públicas, leva à alteração de uma situação já consolidada em um país composto por uma quase totalidade de adeptos da fé cristã, e agride desnecessariamente os sentimentos de milhões de brasileiros, apenas para contentar a intolerância e a supremacia da vontade de um restrito grupo de pessoas.
A Constituição Federal não conformou um Estado ateu, nem hostil ao cristianismo, apenas estabeleceu um regime não confessional. Não há religião oficial, mas também não há política oficial de repúdio à religião.
Gilmar Ferreira Mendes, Inocêncio Mártires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco observam: “O Estado brasileiro não é confessional, mas tampouco é ateu, como se deduz do preâmbulo da Constituição, que invoca a proteção de Deus. Admite igualmente, que o casamento religioso produza efeitos civis, na forma o disposto em lei (CF, art. 226, §§ 1º e 2º ...a laicidade do Estado não significa, por certo, inimizade com a fé.” (Curso de Direito Constitucional, SP, Saraiva, 2007, p. 408/409).
Devemos buscar a conciliação como meio de transformar as relações pessoais e pacificar os conflitos. Como ensinou Nelson Mandela, não há futuro para a humanidade sem perdão e reconciliação. Não basta a força e a coerção para a solução das crises nas relações interpessoais. A verdadeira paz não se faz com o silenciar do outro, pois quando há um vencedor, sempre resta um vencido humilhado e pronto a desafogar os instintos de vingança. Paz é curar o coração das pessoas e dos povos. Paz é conseguir que vítimas e agressores se perdoem e se reconciliem. Paz é não se sentir ofendido pela liberdade de expressão alheia, mas, ao contrário, compreendê-la e tolerá-la. A religião tem sido relegada a um plano de separação abismal da vida secular, desperdiçando-se ao longo dos séculos, tantos ensinamentos filosóficos que constam das escrituras sagradas e que poderiam ter levado à solução pacífica dos conflitos e guerras que assolaram a humanidade. Como mecanismo eficaz de inibição da violência, da correção de rumos e da solução de desentendimentos, a religião deveria ser tratada com maior deferência e atenção.
Cabe a todos nós, a tarefa de buscar a união e a tolerância entre Estado e religião, entendida como o complexo de regras calcadas na fé em Deus e na crença do compromisso de paz, harmonia e tolerância com a humanidade.
*Fernando Capez
Procurador de Justiça e Deputado Estadual. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Mestre em Direito pela USP e doutor pela PUC/SP. Professor da Escola Superior do Ministério Público e de Cursos Preparatórios para Carreiras Jurídicas.
Site: www.fernandocapez.com.br
E-mail: fcapez@terra.com.br
Twitter: www.twitter/fernandocapez

Quanto a retirada dos simbolos religiosos de repartições públicas penso que a grande questão gira em torno da banalização.
Concordo com as palavras do Frade Católico Romano Demetrius dos Santos Silva:
“Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas. Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A Cruz deve ser retirada!”
Nunca gostei de ver a Cruz em tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são vendidas e compradas…
Não quero ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte…
Não quero ver a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados…
Não quero ver a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas (pobres) morrem sem atendimento…
É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres.”

Muitos pensam que ao carregar um crucifixo no pescoço, ou ter uma bíblia aberta em suas casas estão protegidos dos maus espíritos, e são cristãos.
O cristianismo é um estilo de vida, não podemos restringi-lo aos símbolos. Não há qualquer sentido carregar uma cruz no pescoço se de fato não vivemos os valores do Reino de Deus em nossa prática diária. Outro grande perigo é idolatrar o símbolo, o que é presente na cultura religiosa do nosso país. Eles são verdadeiros amuletos.
Não tenho dúvida que a nossa nação precisa conhecer o verdadeiro Deus, Aquele que converte os nossos corações, tornando-nos mais justos, fraternos, pois seremos parecidos com Ele.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

10º CONGRESSO SEMEAR


"UMA JUVENTUDE SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS"
Chegamos ao 10º Congresso Semear, glória a Deus! Nosso propósito foi desafiar os jovens a viver segundo o coração de Deus.
O impressionante texto de Atos 13:22b diz: “Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração; ele fará tudo o que for da minha vontade”
Deus está a procura de jovens que se coloquem em sua presença, e tenham um coração segundo o Seu coração. Quando analisamos friamente o tema, chegamos a pensar que seria impossível em nossos dias encontrar um jovem segundo o coração de Deus. Nesta geração tão desenvolvida tecnologicamente, o jovem tem a sua disposição várias oportunidades de se afastar de Deus e aprofundar-se no pecado. Por este motivo, chegamos a imaginar que seria impossível hoje achar jovens segundo o coração de Deus.
Quando olhamos, todavia, para história do Rei Davi, podemos notar que ele teve as mesmas dificuldades que temos hoje como jovens de Deus. Suas vitórias foram conquistadas com muita luta e muito trabalho.
Quando pensamos em Davi, logo nos vem à mente que ele era pastor, poeta, matador de leão e gigante, rei e antepassado de Jesus. Resumindo: um dos maiores homens do AT. Mas existem outras qualificações além dessas: traidor, mentiroso, adúltero e assassino. A primeira lista apresenta as qualidades que todos nós gostaríamos de ter; a segunda, as que poderiam ser reais a nosso respeito. A Bíblia não faz esforço algum para esconder os fracassos de Davi, mesmo assim é lembrado e respeitado por seu coração voltado para Deus.
Davi, apesar de suas fraquezas, possuía uma fé inabalável na fiel e poderosa natureza de Deus. Foi um homem que viveu com grande prazer. Ele pecou, mas quando confrontado era rápido para reconhecer seus erros, arrepender-se e confessá-los, veja o salmo 51. Suas confissões eram sinceras e seu arrependimento genuíno. Nunca negligenciou o perdão de Deus ou tomou sua bênção como uma concessão. Davi experimentou a alegria do perdão, mesmo quando teve que sofrer as conseqüências de seus pecados. Ele deliberadamente não repetiu o mesmo erro. Aprendeu com suas falhas, porque aceitou o sofrimento que lhe trouxeram.
Davi não foi reconhecido o homem segundo o coração de Deus por causa da sua força física, da sua inteligência ou por suas habilidades nas guerras. Ele foi chamado o homem segundo o coração de Deus pela sua humildade e obediência. Apesar de seus deslizes, foi um dos melhores reis de Israel, e o que mais agradou os olhos de Deus, pois ele se empenhava em fazer sempre aquilo que Deus determinava.
Foi um homem que amou de verdade a obra que Deus colocou em suas mãos, nunca desanimou do projeto de Deus em sua vida. Não deixava que o espírito de desânimo assumisse lugar em sua vida, apesar de tantas adversidades que enfrentou.
Aprendemos com Davi que para ser um jovem segundo o coração de Deus é necessário: reconhecer o pecado e arrepender-se diante do Senhor, confiar na misericórdia de Deus, assumir as conseqüências dos nossos erros, obedecer às ordens de Deus em tudo, ter prazer em trabalhar para o Senhor, não permitir que o espírito de acomodação e desalento paralise o projeto de Deus em sua vida e manter-se fiel ao Senhor em todas as áreas.
Que o Senhor o ajude, a cada dia, viver de acordo com o Seu coração. Rev. Liberato
Mais de 200 jovens participaram do congresso. Foi uma bênção! Glória seja dada ao Senhor!Equipe organizadora - Sob a direção do mui querido colega Rev. Juliano. Deus abençoe grandemente a cada um.