SOMOS FRUTO DA REFORMA
Em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero, revoltado com muitas práticas antibíblicas, que estavam sendo inseridas na igreja cristã, afixou na porta da Catedral de Wittenberg uma lista de 95 teses alusivas a práticas da igreja, jamais aprovadas ou citadas pelas Escrituras Sagradas. Seu objetivo era apenas reformar a única igreja em que até então acreditava, porém as coisas tomaram outro rumo e tiveram uma repercussão muito maior. O estopim que levou Lutero a escrever as 95 teses foi a cobrança exagerada pela venda de indulgências em sua cidade, por um frade dominicano alemão, chamado João Tetzel, e as teses consistiam em completa exposição bíblica acerca da salvação e suficiência das Escrituras, discussão aberta a muitas das práticas correntes da igreja.
Embora tudo isso tenha desencadeado a excomunhão de Lutero da Igreja, nada o fez voltar atrás. Levantando-se contra séculos de tradição, firmado somente na Palavra de Deus, Lutero afirmava que jamais poderia ir contra a sua consciência, a menos que fosse provado na Bíblia que estava errado. Era o início da Reforma Protestante na Europa. Os reformadores ficaram conhecidos então como “os protestantes”. Sua divisa era Somente as Escrituras, Somente a Graça, Somente a Fé, Só a Deus dai gloria, Cristo somente.
Espalhando-se pela Europa, a Reforma chegou à Escócia com John Knox e o francês John Calvino (aos 27 anos, em 1535, publicou As Institutas da religião Cristã - o escopo do pensamento reformado) sob o nome de presbiterianismo. Na França, estes mesmos presbiterianos foram chamados de huguenotes. A Igreja Católica Romana – que exercia a liderança religiosa à época, então iniciou seu contra-ataque ou contrarreforma, perseguindo, excomungando e matando os protestantes ou qualquer que lesse ou possuísse seus escritos. Oprimidos pela Igreja Católica Romana na França, os Huguenotes fugiram para as Américas - novo e recém descoberto mundo novo. Em 1557, quarenta anos após o primeiro ato de Lutero, chegou ao Rio de janeiro um grupo de Huguenotes com o objetivo de fundar aqui uma colônia chamada França Antártica, que deveria caracterizar-se pela tolerância religiosa. Eram os primeiros Protestantes a pisar em terras brasileiras. Três pastores protestantes lideravam o grupo, em que havia um homem, Nicolas Durand de Villegaignon, que, ao aportar ao Rio, foi entregue às autoridades contra-reformistas. Alguns conseguiram escapar, mas quatro deles, Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon e André
Em doze horas, aqueles quatro homens, com ajuda apenas de suas Bíblias (pois não dispunham de outros livros), escreveram o que seria a primeira confissão de fé das Américas, mostrando aos clérigos jesuítas tudo aquilo em que criam. Foi uma espécie de Credo, e eles sabiam que com o documento estavam assinando a própria sentença de morte.
Só em agosto de 1859, um americano pastor presbiteriano, Ashbel Green Simonton, de 26 anos, desembarcou no Rio, trazendo consigo a pregação bíblica reformada. Hoje, passados 150 anos, estamos no Brasil anunciando o evangelho da salvação legítima como fruto da reforma protestante do século XVI. Continuemos, pois, firmes no compromisso de proclamar a salvação pela fé no Senhor Jesus Cristo, empenhados em fazer tudo para glória do nosso Deus!
(Texto adaptado pelo Rev. Liberato)
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