quarta-feira, 3 de junho de 2009

JOÃO CALVINO, UM HOMEM QUE DEIXOU MARCAS PROFUNDAS NA HISTÓRIA

A mostra, que vem logo abaixo, nos dá uma idéia de como o grande reformador João Calvino aproveitava bem o seu dia. Algo me chamou atenção, iniciava e terminava com oração, demonstrando inteira dependência de Deus. Não defendo sua infalibilidade, assim como nós, ele acertou, mas também errou em alguns momentos de sua vida, porém sua trajetória foi marcada por um censo profundo da soberania de Deus em tudo.

(João Calvino estudando)

Veja, logo abaixo, como foi esse dia de Calvino:

SUÍÇA
A Calvino o que é de Calvino
Manuel Quintero

Genebra, sexta-feira, 29 de maio de 2009 (ALC) - De uma figura de dimensão universal, cuja obra e pensamento continuam influindo na vida do mundo até os dias atuais, era previsível que seus seguidores aproveitassem a data festiva de meio século do seu nascimento para prestar-lhe homenagens.

Mas uma exposição que está atraindo o público, nesta cidade, mostra um Calvino diferente do que muitas vezes nos apresentam seus seguidores e detratores, e possibilita deixar atrás as caricaturas e o mito e acercar-se do homem real em sua circunstância.

A mostra é fruto do empenho do Museu Internacional da Reforma, cuja diretora, Isabelle Graesslé, favoreceu uma perspectiva que não procura defender nem acusar Calvino, senão propor, com o auxílio de documentos e depoimentos, um inventário honesto de sua obra.

Falar de Calvino quando se cumprem 500 anos do seu nascimento exige colocá-lo em seu contexto histórico, assinalou Graesslé. A exposição “Um dia na vida de João Calvino” permite que apareçam as múltiplas facetas de um homem que ela qualificou ao mesmo tempo de genial “e suscetível, terno e insuportável”.

A exibição apresenta, em animação digitalizada, oito momentos no que teria sido “um dia ideal” dos muitos pelos quais passou o reformador em Genebra.

O
dia tem início às 4h da madrugada, quando Calvino acorda para orar pela primeira — uma prece escrita pelo mesmo para professar ao levantar-se.

O narrador conta que, em razão de sua saúde debilitada, depois de orar Calvino regressava sem demora ao leito e um servente trazia uma toalha morna para aliviar-lhe as dores estomacais.

Três horas mais tarde, depois de ter trabalhado com seu secretário a partir das 5h, Calvino aparece pregando em culto sobre o livro de Jô.

Calvino pregava na Catedral de São Pedro duas vezes a cada domingo e um dia da semana a cada quinzena. Eram sermões de 35 a 40 minutos. O reformador falava lentamente para facilitar a tarefa do estenógrafo que, a partir de 1549, tomava notas detalhadas de seus sermões.

O terceiro pavilhão mostra um episódio muito controvertido na vida do reformador: o julgamento de Miguel Servet. Popularmente, atribui-se a Calvino a morte na fogueira do médico e teólogo aragonês.

Aqui Calvino intervém para esclarecer seu papel neste fato, quando diz: “Muita gente ignorante me atribuiu este juízo, como se eu fora o instigador, quando na realidade ele foi realizado pelo Conselho, que é o poder judicial desta cidade. Não nego que Servet foi preso por petição minha. Mas depois de sua convicção, é bem sabido que eu não pedi para ele a pena de morte”.

O quarto momento, às 11h, apresenta uma animada e saborosa discussão no Consistório entre uma mulher, Francisca Favre, e o próprio Calvino, a propósito do baile — uma prática proibida na Genebra calvinista, onde seus infratores eram condenados a três dias de prisão.

Às 14h, Calvino está ministrando aula no Auditório sobre o capítulo 25 de Gênesis. Às segundas, terças e quartas-feiras, em semanas alternadas, Calvino ensinava uma hora sobre a Bíblia e, a partir de 1549 até a sua morte em 1554, concentrou suas lições no Antigo Testamento.

Às 16h, Calvino está ocupado em sua correspondência. Foi um prolífico escritor de cartas, das quais se conhecem umas 4.500, mas se calcula que uma quantidade similar desapareceu. Calvino correspondeu-se com gente de todas as esferas: príncipes e princesas, líderes protestantes, discípulos e simples pastores de aldeias.

Duas horas depois, Calvino está jantando com seus amigos. Para aliviar seus padecimentos estomacais e frequentes enxaquecas, abstinha-se de certos alimentos. Era, não obstante, um bom gourmet e, para o final de seus dias, aceitou os conselhos de seu médico, Philibert Sarasin, e acompanhou suas colações com uma copa de vinho.

O oitavo e último pavilhão mostra o reformador dizendo suas orações às 21h. Calvino foi um homem de uma rica espiritualidade, sempre disposto a dar graças pela misericórdia de Deus manifestada em Jesus Cristo.

Essa
magnífica exibição estará aberta até 1o de novembro de 2009. Trata-se de uma oportunidade excepcional para aproximar-se do Calvino real.

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